Há muitos textos e números que falam a respeito, a maior parte em inglês. É possível encontrar em português. Mas, sabe, falo como nordestino e paraibano. O que pensaria eu falando de mim mesmo enquanto tal e de toda problemática existente em minha região geográfica?
Muita coisa torna difícil ouvir os africanos: eles falando por eles mesmos. Há poucos sites escritos em português; a dificuldade e falta de acesso e leitura do próprio povo que passa fome e sede também explica. Seria humano ouví-los. Eles estão em silêncio, não porque queiram. Ninguém (esse ninguém não é absoluto, alguém deve saber) sabe qual o ponto de vista da África, do povo africano por ele mesmo. Até que ponto eles (não me refiro aos que escapam) ainda poderiam se expressar, já que seu corpo, seus olhos, se expressam por si mesmos? Seria deselegante e desagradável exigir explicações deles, ou culpar diretamente a bruxaria e maldições de Deus, pois assim, a Bíblia não diria: "o mundo jaz no maligno". E "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". O Japão tem um número muito pequeno de evangélicos e cristãos de modo geral, em termos percentuais. A maioria continua valorizando a praticando antigas crenças e tradições, e é um mundo onde há dignidade e com méritos.
Fico pequeno, incompetente e meio perdido ao falar sobre isso. Na parte em que me acho, fico pensando na natureza humana. Há lados muito bons e outros muito ruins.
Há exércitos de pessoas morrendo assim e não precisa ir longe. Será que alguém próximo de mim não está precisando de uma veste? um sapato que eu poderia dar? Um real pra comprar de pão, escapando por um dia de não passar fome absoluta? Já deixei tanta comida no prato. Já não comi porque não gostei do tempero. E ainda me achei muito pobre, mas nunca passei fome. Pelo contrário, tenho que controlar meu peso.
Orar por eles é bom. Contudo, existe alguém mais próximo de mim, em minha localidade. Digo isto porque qualquer um pode procurar auxiliar outro ser humano. Muitos deles não conseguem chegar em nossas portas pedindo esmolas, abrigo, roupas, um "trocadinho".
É triste se falar em trocadinho nesse país. Deprimente, revoltante. Porque o povo brasileiro é o grande trocadinho dado ao mercado internacional para que empresas famintas de poder, glória e dólares comam nossas sacrificadas riquezas. Como se não fosse pouco, ainda temos que suportar o roubo institucionalizado, o roubo culturalizado, entranhado na mentalidade, no comportamento. Como se ainda fosse pouco, muitos ainda ousam roubar a própria alma das pessoas, o reduto da fé, um elo de aproximação com Deus.
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